Quem somos nós?

MENSAGEM DA PROVEDORA

Feliz ano 2024!

Este ano, fazemos votos que os desejos que agora formulamos se tornem realidade. Esperamos que o dia de amanhã seja melhor e que o sofrimento nesta terra seja aliviado para todos e cada um. Todavia, temos de admitir que, por vezes, os nossos desejos não se concretizam.

 

Sendo a esperança mais forte, vamos uma vez mais, neste ano de 2024, desejar felicidade, saúde, amor e paz… E também solidariedade e fraternidade para que tantas pessoas que padecem diariamente possam sofrer menos e não se sintam tão sozinhas. Que a indiferença face às desgraças dos outros desapareça para sempre.  E que se multipliquem os gestos de solidariedade e justiça!

 

A Santa Casa da Misericórdia de Paris foi criada para ajudar os mais necessitados. A solidariedade e a partilha constituem a nossa essência. Apelo a todos os que puderem ajudar as pessoas em dificuldades a que não fiquem indiferentes ao sofrimento. A crise económica persiste e cada vez mais pessoas se encontram em situações precárias. Mas se todos e cada um de nós nos unirmos, podemos fazer com que estas situações melhorem.

 

Para concluir, gostaria de formular um desejo: espero que no ano do 30º aniversário da Misericórdia de Paris possamos trabalhar juntos para construir uma solidariedade mais ativa e mais forte, de modo a reduzir as desigualdades e o impacto da pobreza.

 

Façamos de 2024 um ano de esperança, alegria, felicidade e bem-estar para o maior número possível de pessoas.

 

Juntos somos capazes, temos de acreditar e agir, e construir um futuro mais justo e solidário!

 

Ilda Nunes – Provedora da SCMP e sua equipa ao serviço de todos

ÓRGÃOS SOCIAIS

Conselho de Administração

(eleito no 16/09/23)

 

Provedora : Ilda Nunes

Vice-Provedor : António Fernandes

Vice-Provedor : Nuno Felgueiras

Tesoureiro : Marc Jacinto

Tesoureira Adjunta : Madalena Machado

Secretária-Geral : Elisabete Faria

Secretária-Geral Adjunta : Maria Margarida Renard

Conselheiro (distribuição alimentar) : José Afonso

Conselheiro (psicologia) : Manuel Santos Jorge

Conselheiro (empresas) : Luís Gonçalves

Conselheiro (comunicação) : Manuel Antunes da Cunha

Conselheiro : António Nogueira

 

Assembleia Geral

 

Presidente : Manuel Pinto Lopes

Vice-Presidente : Manuel Tavares

Secretario : José da Silva Barros

 

Conselho Fiscal

 

Presidente : Luís Cavaco

Vice-Presidente : Ramiro Fernandes

Secretário : Hermano Sanches Ruivo

 

Lista dos Antigos Provedores

 

António Fernandes (22/03/2018-26/09/2020)

Joaquim Silva Sousa (06/07/2011 – 22/03/2018)

Aníbal de Almeida (19/03/2002 – 06/07/2011)

Pedro Menéres Cudell (13/06/1994 – 19/03/2002)

MISERICÓRDIA DE PARIS

A Misericórdia de Paris foi criada na tradição histórica das Misericórdias Portuguesas. Em 1993, José Tadeu Sousa Soares, então Cônsul-Geral de Portugal em Paris, promove uma reunião com os responsáveis associativos e outros observadores qualificados da sua área. Nesse encontro, toma ainda mais consciência das carências da comunidade portuguesa em matéria de apoio social. A criação da Santa Casa da Misericórdia de Paris impôs-se então como a resposta mais pertinente, dada a sua vocação estatutária e histórica. A sua fundação teve lugar a 13 de junho de 1994, pelas 20h00, na cripta da Igreja de Nossa Senhora da Paz, 48 bis, Boulevard Sérurier, 75019 Paris. Após celebração da Eucaristia, reuniram-se em Assembleia Geral Constituinte os 33 irmãos fundadores, tendo ainda sido decidido que os 100 primeiros seriam considerados irmãos fundadores.

 

 

A Misericórdia de Paris é uma associação regida pela Lei de 1 de julho de 1901 para servir os mais necessitados, particularmente de origem ou de expressão portuguesa. O compromisso das Misericórdias portuguesas foi adotado como regulamento interno. O compromisso é a norma que tem por base o estatuto da primeira Misericórdia (Lisboa, 1498). O texto foi sendo adaptado, de acordo com a época e/ou a região de implantação, mantendo a instituição a sua autonomia e o carácter de confraria.

 

 

Desde a sua criação, a ação da Misericórdia de Paris obedece a dois princípios fundamentais:

  • não substituir nem entrar em concorrência com os serviços existentes, tanto franceses como portugueses, mas ser complementar, procurando a colaboração;
  • intervir sobretudo quando não há resposta aos problemas específicos da população alvo ou quando essas respostas não são totalmente satisfatórias.

 

Alguns problemas passam desapercebidos e/ou ficam sem resposta adequada da parte dos serviços públicos portugueses e franceses. Com efeito, consideram que essas dificuldades não são da sua competência ou que devem ser tratados no quadro dos dispositivos de direito comum, sem ter sempre em consideração a sua especificidade e, em certos casos, contestando mesmo a sua existência. De entre os problemas que nem sempre encontram a solução desejável, convém referir os que dizem respeito às pessoas idosas, aos jovens sem formação com dificuldades de inserção, aos indigentes, aos desempregados de longa duração, aos inválidos, aos detidos, àqueles que falecem em situação de abandono e a todos os que se encontram na solidão e na necessidade (material, moral ou afetiva).

 

 

Algumas destas questões têm mesmo tendência a aumentar, multiplicando-se o número de casos humanamente chocantes, na origem de grandes sofrimentos que é urgente reduzir. Para além da insuficiência, cada vez mais notória, de respostas adequadas, acresce-se o facto de que um certo número de portugueses em situação de pobreza ou de exclusão social prefere esconder as suas reais dificuldades.

 

 

O desconhecimento destas situações é evidente e a falta de dados flagrante. Por isso, a Misericórdia de Paris dá prioridade à promoção do estudo dos riscos e das respostas sociais disponíveis, de modo a ter uma visão mais aprofundada da realidade e, assim, implementar um plano de comunicação e ação mais adequados.

SÍMBOLOS

Heráldica

 

O brasão da Santa Casa da Misericórdia de Paris é da autoria do heraldista José Bénard Guedes Salgado, a partir dos elementos fundamentais que definem a sua essência e significado. Escolheram-se as cores próprias de cada peça, sobre fundo de prata. É metal rico, mas discreto.

 

O brasão consta de três símbolos que personificam a Misericórdia de Paris, cuja leitura é a seguinte:

 

  1. Quinas das armas de Portugal: não foram colocadas cinco quinas, como é norma, para não encher demasiado o campo do escudo. É frequente representar apenas com uma quina, que dá a mesma ideia de nacionalidade, ou duas, como é o caso, por uma questão de simetria.
  2. Cruz do brasão: é a cruz de armas da família dos Bulhões, a família de Santo António, padroeiro da Misericórdia de Paris. É um símbolo frequentemente usado na temática antoniana. Esculpida na pedra ou na talha, ou pintada em textos ou paredes, identifica os altares ou capelas deste Santo.
  3. Flor-de-lis: a flor-de-lis de ouro, sobre fundo de azul, é um motivo que naturalmente se associa à França. Aparece inclusivamente nas armas de Paris. É neste brasão uma referência ao local onde se encontra implantada esta Santa Casa.
  4. Coroa mariana sobre o escudo: da tradição da coroa real, invariavelmente usada nos escudos das Misericórdias, adota-se esta com a pomba sobre o globo. Representa a proteção de Nossa Senhora da Misericórdia, sob cuja invocação as Misericórdias foram fundadas.
  5. Globo sobre a coroa: lembra a universalidade das Misericórdias levadas para todo o mundo pelos portugueses.

 

 

Bandeira

 

Em termos heráldicos e simbólicos, o significado da bandeira da Santa Casa da Misericórdia de Paris é a seguinte:

 

  1. Escudo circular: assenta sobre uma aspa de azul (cruz de Santo André), timbre das armas da família Contreiras, origem de frei Miguel que terá sido o inspirador da Rainha D. Leonor para fundar a primeira Misericórdia (Lisboa). É uma memória ou homenagem ao Inspirador.
  2. MIZA: nos cantos da bandeira tem-se usado pequenos motivos ligados ao espírito e à história das Misericórdias. Nesta foi adotada a famosa legenda MIZA (antiga abreviatura de Misericórdia) e dois símbolos das obras de Misericórdia.
  3. Estrela de sete pontas: representa as sete obras de misericórdia espirituais.
  4. Rosa de sete pétalas: representa as sete obras de misericórdia temporais.

MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS

Na segunda metade do século XV, a sociedade portuguesa encontrava-se em plena mutação. Com as viagens marítimas e os descobrimentos, o comércio com o Novo Mundo permitiu que muitos membros da nobreza e da burguesia acumulassem enormes riquezas, agravando as desigualdades sociais.

 

Ao lado da opulência arrogante de alguns, muitas vezes indiferentes ao sofrimento alheio, nas aldeias, vilas e cidades do Reino aumentava o número de famílias carenciadas, de estropiados, de órfãos, de idosos abandonados, de pobres, de enfermos e de errantes, padecendo todo o género de privações.

 

As organizações caritativas tradicionais, que muito tinham contribuído para aliviar as carências sociais e prestar cuidados de saúde aos mais desfavorecidos, enfrentavam então dificuldades redobradas para fazer face às necessidades.

 

É nesse contexto que, há mais de 500 anos, se iniciou a história das Misericórdias Portuguesas. A primeira foi fundada em Lisboa, a 15 de agosto de 1498, por iniciativa da rainha D. Leonor, então viúva de D. João II e regente do reino, com a finalidade de socorrer os mais necessitados. O principal objetivo é a prática das 14 obras de Misericórdia (sete corporais e sete espirituais). que englobam todos os domínios da ação social, quer de ordem material, quer moral.

 

As sete obras de misericórdia corporais (dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir os enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos) são mais compreensíveis, porque se traduzem em ações visíveis.

 

As setes obras de misericórdia espirituais (dar bom conselho, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo e rogar a Deus pelos vivos e defuntos), apreendem-se com maior dificuldade, porque são mais de ordem moral.

 

São componentes essenciais das Misericórdias a universalidade, a solidariedade e a cooperação fraterna, no respeito da identidade própria de cada um. Fazer o bem sem nada esperar em troca. Socorrer os mais desamparados sem fronteiras de raças, classes, credos, territórios ou origens, no respeito pela dignidade de cada um. As Misericórdias são instituições profundamente enraizadas na alma cristã do povo português que, depressa, as apelidou de “Santa Casa”.

 

Com a proteção régia e o apoio da Igreja, as Misericórdias espalharam-se rapidamente pelas principais cidades e vilas do Reino, tendo como modelo a de Lisboa. Logo, em 1499, foram fundadas as do Porto, de Évora e de Angra do Heroísmo, seguindo-se a de Coimbra (1500). Em 1524, eram já 60 e uma centena em 1580.

 

A preocupação em prestar auxílio aos pobres e desamparados levou à implantação de Misericórdias noutros continentes, associando humanismo cristão e solidariedade ao serviço da fraternidade universal do Homem: Goa (India, 1515-1520), Santos (Brasil, 1543), Macau (China, 1569) e Luanda (Angola, 1576). Nas últimas décadas, foram criadas as Misericórdias de Paris (1994) e do Luxemburgo (1996).

 

Existem hoje cerca de 400 Misericórdias em Portugal, constituindo uma rede de instituições privadas de solidariedade social que cobre todo o território. As Misericórdias Portuguesas estão agrupadas na União das Misericórdias Portuguesas. Também existem a União Europeia das Misericórdias e a Confederação Mundial das Misericórdias que associam milhares de instituições, a maioria das quais do Brasil com mais de duas mil. Estas associações de cristãos leigos tornaram-se um ator de primeiro plano nas diferentes áreas de ação e solidariedade sociais junto dos mais carenciados (saúde, ação social, emprego e formação profissional, cooperação e desenvolvimento, turismo social, etc.).